quarta-feira, 10 de outubro de 2012

.Sobre passado e seus planos.


Era uma tarde de sol quando ela resolveu sair. Vestiu o short preferido, aquela blusa com a frase famosa da série de tv que mais gostava, calçou o tênis, pegou a bolsa, colocou os fones. Pensou em ir de bicicleta, mas sentiu que devia caminhar dessa vez. Colocou uma de suas músicas favoritas pra tocar e saiu de casa. Andou pelas ruas não prestando atenção nas pessoas ao redor, muito menos na música. Andava pensando em alguns momentos e aquela música servia como uma trilha sonora para suas lembranças. Chegou em uma praça, sentou por uns minutos no banco, fechou os olhos e ficou sentindo o calor do sol, tocando a sua pele. Enquanto apreciava o sol em seu corpo, começou a pensar. Aqueles pensamentos traziam um avalanche de sentimentos, hora angústia, hora alegria, hora saudade. Lembrou de alguém em especial. Lembrou daquela amizade que parecia tão sólida. Duas pessoas, que por mais diferentes que fossem, tinham semelhanças gigantescas. Lembrou das melhores conversas, risos, horas gastas conversando. E se pegou pensando no que restara disso tudo. Hoje, aqueles grandes amigos, que tinham vários planos, trocavam mensagens as vezes. Ela conheceu outras pessoas, ele talvez tenha conhecido. Ainda dividiam algumas semelhanças. Mas diferente de antes, muita coisa deixou de fazer sentido. As risadas não eram mais as mesmas, as conversas nem sempre fluíam, os planos não foram realizados. E mesmo com tantos acontecimentos, ela sentia falta. Ela não sentia mais a naturalidade de antes. Talvez ele não gostasse das coisas que dizia gostar. Talvez ele só dissesse que gostava pra ser legal, fazer a conversa fluir ou só pra agradar mesmo. Ela não sabe. E acho que nem vai saber. Levantou do banco, continuou sua caminhada. Chegou na cafeteria que queria, entrou, pediu o café que mais gostava, abriu o livro que já tinha começado a ler e continuou a leitura. Ela estava só. Não que se importasse, claro. Estar só a maior parte do dia, já não incomodava mais. Acostumar-se a isso não foi tão fácil, mas a partir de um tempo, passou a ser reconfortante, o singular. O silêncio. Depois de algumas horas, pagou o café e voltou as ruas. Desejou a bicicleta agora, porque assim demoraria menos pra chegar em casa. Assim, pensaria menos nisso tudo que vinha pensando. Ocuparia a cabeça com algum afazer doméstico e tudo ficaria melhor. Arrependeu-se da vontade de caminhar. Mas não tinha o que fazer. Fez o mesmo caminho de volta. E nesse meio tempo desejou que ela pudesse se soltar de novo. Ter a mesma facilidade pra conversar. Desejou aquela espontaneidade, aquela confiança. Sabia que não teria assim tão fácil. Sabia que isso é uma das coisas mais difíceis de se recuperar. Chegou em casa. Ela estava certa. Conseguiu ocupar a mente com outras coisas que tinha que fazer, e guardou esse monólogo num lugar que ela planejava voltar um dia.  Mas como ela já sabia, nem sempre os planos e desejos, se realizam.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

#3 - Tenho mania de olhar a hora antes de dormir e calcular qual a hora que devo acordar, somando as 8 horas que são necessárias pra ter uma boa noite de sono. -rs

PS: Vou começar a ler "Prata do tempo" essa semana. Por ser da Letícia Wierzchowski, confesso que tenho certas expectativas. Espero não me decepcionar. KK
PPS: A vida tá meio corrida, mas tô trabalhando pra colocar tudo no seu devido lugar.
PPPS: "Even on the worst days, there's a possibility for joy" (BECKETT, Kate) pfvr, a cada segunda que passa, me apaixono mais. #Castle
PPPPS: Beijos&Beijos.

Lari Freitas.

Um comentário:

  1. Para lembrar que nem tudo é como queremos que seja. Que nem sempre, a nossa vontade de fazer durar, vai conseguir driblar a 'vida'.

    ResponderExcluir